quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Agosto

Mês de muitas expectativas.
Daqui alguns dias irei à um hospital em São Paulo para realização de exames para o transplante. Meu pai irá me acompanhar, e como já foi dito em outro texto a princípio, ele é meu doador. Faremos exames de compatibilidade. A expectativa é grande!
Na hemodiálise, tenho tido alguns problemas. A pulsão é sempre um momento difícil, além das agulhas serem grandes, tenho tido hematomas espontâneos e por várias vezes meu sangue coagula. Sendo assim, acabo sendo furada mais de duas vezes. Os técnicos, os enfermeiros, todos tem tido cuidado com minha fístula, mas a dor tem sido inevitável.
Tentei trocar meu horário na clínica, mas infelizmente não foi possível. Sou do 2º turno e o horário acaba ficando muito apertado para eu ir à faculdade. Além de que, tenho a viagem a São Paulo já agendada e tudo dando certo (vai dar!!), me internarei novamente antes do final do ano, já para realizar o transplante. Então muitas aulas seriam perdidas. Foi mais uma decisão difícil, mas depois de muito pensar, decidi trancar este período.
Foi difícil antes de qualquer coisa, porque ser psicóloga é um sonho, é o meu maior desejo, é meu objetivo! Quero poder ajudar as pessoas com a profissão que escolhi pra minha vida. Quero poder dar orgulho aos meus pais por me formar.
Foi difícil também, pelos amigos que fiz pelo caminho, não seremos mais da mesma turma. Sentirei falta da companhia em sala. Mas pensando assim, logo me vem a mente de que os amigos de verdade permanecerão, independente de qualquer coisa, e comigo eles também podem contar, como pude nos momentos em que mais precisei.
Vida completamente mudada. Tenho vivido um dia de cada vez, e feito o que meu coração manda. Momentos difíceis sim, mas tenho certeza de que melhores virão. Minha história vai sendo escrita aos poucos, sem pressa, mas com muita fé, otimismo e vontade de viver bem!
Aos poucos as coisas vão se ajeitando.
Digamos que estou fazendo do meu limão, uma limonada. Limão é azedo, mas posso transformá-lo em uma doce limonada. E foi o que decidi fazer. Não há como prever o que a vida vai nos revelar, da noite pro dia tudo pode mudar, mas posso sempre procurar fazer o melhor. É o que tenho feito! Se hoje estou bem (mesmo com tudo o que tem acontecido), foi porque eu decidi que quero ficar bem, eu posso ficar bem! O apoio da minha família e amigos também tem sido muito importante e tenho tido sorte em encontrar bons profissionais de saúde pelo meu caminho.



Débora Moura

Um comentário:

  1. Como te disse… foi uma decisão completamente compreensível… obvio que ficam alguns lutos pelos caminho, mas tb fica a certeza de que em algum momento (próximo) da sua vida algumas questões serão retomadas e vividas por você de maneira mais especial e esplendorosa.

    bjs… conte comigo sempre que for preciso.
    Call me… sempre que quiser, por mais que o que eu possa fazer se restrinja a te ouvir rs.

    bjkas.

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