quinta-feira, 17 de maio de 2012

Dia das Mães

Sim, hoje vim escrever sobre o dia das mães, quase uma semana depois, eu sei. Mas precisei deste tempo para vir escrever.

Ano passado, passei o dia das mãe no hospital. Dei um jeitinho de fazer uma "festinha" no quarto. Como já estava algum tempo internada, consegui com que entrasse bolo e refrigerante, e durante a semana (antes do domingo das mães) combinei com meu pai de me levar cartolinas coloridas. então enfeitei o quarto todo com flores e ainda fiz um letreiro dizendo "Feliz dia das Mães!".
Acredito que tenha sido uma das maiores surpresas que eu consegui fazer pra minha mãe, com a ajuda do meu pai e irmão. E neste dia o segurança do hospital (o cara que liberava as pessoas pra subirem) era um conhecido de infância, então por conta disso outras pessoas da família e amigos chegados participaram também :)
A minha ideia era que minha mãe não se sentisse de forma alguma "mal" por estarmos comemorando no hospital, então dei um jeitinho de quebrar aquela carinha de hospital e levei alegria para o quarto.

Fiquei conhecida no hospital depois deste dia rs
Este ano, assim que me levantei, fui dar um abraço na minha mãe. E o que ela me disse? "Meu melhor presente é ter você em casa, bem, se recuperando." Ai meu Deus, depois dizem que eu faço as pessoas se emocionarem com minhas palavras, pois bem, não tive como não me emocionar com estas. Jamais irei esquecê-las.
Ao contrário do ano passado, não fizemos nossa festinha em família. E não foi nem porque ainda não posso receber visitas não, pois poderíamos fazer entre nós mesmos (como geralmente ocorre). Este ano foi bem difícil, pois minha vozinha (materna) se foi no dia 23/04 (dois dias depois do meu aniversário). Então está muito recente. E a perda dela, foi muito difícil, aliás, toda perda é difícil, não é verdade? Nunca estamos preparados para perder. Sabemos que ela descansou, já estava há vários meses internada. Cheguei a fazer uma postagem aqui quando ela ainda se encontrava no cti, porque eu não podia visitá-la, só pude quando ela foi para o quarto.
Minha mãe, ficou quase que o dia todo deitada no cantinho dela, se levantou porque uma amiga da família veio aqui e porque meu pai fez um almoço caprichado pra gente. Algumas mães ligaram, mas ela não quis falar com ninguém e nem respondeu as mensagens que recebeu no celular, compreensível. Além de recente perda, foi o primeiro dia das mães sem sua mãe.
Por isso demorei para vir postar sobre este dia, porque apesar de agradecermos e muito por este ano eu estar em casa e já transplantada me recuperando bem, também havia aquele ar de tristeza pela perda.

Minha mãe é uma guerreira na vida, tenho orgulho dela! A gente se desentende,claro. Como qualquer mãe e filho(a), mas sabemos que podemos sempre contar uma com a outra haja o que houver!
Mãe, é aquela que nos ama incondicionalmente. Aquela, que se preciso for, dá a vida pela gente.
Mãe, é aquela que nos dá muito carinho. Podemos ter 30 anos, mas nos verá sempre como um bebezinho.

A minha mãe, é a chorona e também aquela que ri à toa. Minha mãe é uma brilhante pessoa. Coração mole, sorriso frouxo, mas quando se estressa... saia correndo de pressa! rs

Mãe, amo você!

E à todos que leem o blog, feliz dia das mães à todas as mamães (mesmo que atrasado)!
Espero que tenham tido um dia gostoso em família, pois a família é o que temos de mais precioso em nossas vidas!

Débora Moura.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

O transplante :)

Andei bastante tempo afastada daqui, mas foi por um ótimo motivo.
Estava enrolada finalizando exames e vendo data para o transplante.


Inicialmente era para ter ocorrido no dia 02/Abril, cheguei a dar entrada no hospital. Eu e meu tio, doador, irmão do meu pai. Nos planejamos, nos internamos, meu tio entrou na sala de cirurgia primeiro, enquanto eu aguardava na porta do centro cirúrgico ao lado. Algumas horas se passaram e eu continuei deitada na maca aguardando... Enquanto esperava, pensei em muitas coisas. Família, amigos, planos futuros, trabalho, estudo.... um filminho foi passando pela minha cabeça. Mas nós não sabemos dos planos de Deus.
De repente comecei a ver uma grande movimentação na frente do centro cirúrgico onde meu tio estava. Fiquei preocupada, pois estavam todos agindo com pressa e preocupação e ninguém me dizia sobre o que estava acontecendo.
Algum tempo depois, o médico veio conversar comigo e me explicou que meu tio teve uma reação à anestesia, teve uma convulsão, estava bem, mas abalado, pois ficou preocupado de não poder mais me doar.
Me levaram até ele. Quando me viu, começou a chorar, segurei na mão dele, pedi para que se acalmasse que tudo ficaria bem. Ele me pediu desculpas, mas não tinha o porque. Não teve culpa. E o médico ainda o tranquilizou dizendo que ainda assim poderia ser meu doador, pois a grande preocupação dele naquele momento era só este, de não poder mais me doar. Me emociono toda vez que me lembro da cena e das palavras ditas naquele momento, jamais serão esquecidas. Ele ficou internado em observação e eu voltei para casa.
Na semana seguinte, dia 9/Abril, novamente demos entrada no hospital. E sim, este foi o dia do transplante. Graças à Deus ocorreu tudo bem. No terceiro dia ele teve alta e eu permaneci, total de uma semana internada.

Meu doador
Meu doador :)

A primeira semana foi de muita dor, muitos remédios, muito inchada, mas também muito feliz por ter tido alguém que se disponibilizou a me doar um órgão.
A doação foi de um rim, mas veio de coração, e isso não tem preço. Eu nem tenho palavras para descrever e/ou mensurar minha gratidão pelo ato.
Hoje, estamos muito bem, já tiramos os pontos. Estamos nos recuperando.
Eu continuo tomando muitos remédios, realizando exames toda semana e indo à consultas também para acompanhamento. Os três primeiros meses são de muitos cuidados. Ainda nem estou podendo receber visitas, pois os imunossupressores (remédios para evitar rejeição) me deixam com imunidade muito baixa. Quando preciso ir realizar exame e ir na consulta, utilizo máscara. Todo cuidado nesse momento, é pouco. Preciso seguir direitinho as orientações médicas, pois o que recebi foi uma benção, preciso cuidar com muito amor e carinho.
Transplante não é cura, é um outro tipo de tratamento, existem seus cuidados.

É isso, como digo desde o início de tooooda essa caminhada, está tudo nas mãos de Deus. Então tudo dará certo, pois nEle eu confio e sei que não falha.
Aos nossos olhos, tudo aconteceu do nada e sem motivo aparente, já que não possuo doença de base. Mas na minha mente e em meu coração sempre acreditei nos propósitos de Deus. Nesse um ano que já se passou, muito vivi e muito aprendi. Lições que não teria tido se não passasse por tudo que passei e tenho passado, então por toda essa oportunidade de aprendizado, finalizo meu texto dizendo:
Obrigada Senhor, por cada dia vivido, por cada situação que passei, por todas as pessoas que estiveram ao meu lado e principalmente pelas que permanecem. Obrigada por cada profissional de saúde. Amém!


Débora Moura.