sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Eu

Eu sou aquela que dança, que ri, que brinca e que às vezes chora.
Eu sou aquela que encara as surpresas da vida.
Eu sou aquela que gosta de assistir desenho animado e comer chocolate.
Eu sou aquela que curte ir ao parque de diversão, comer algodão doce e churros, andar no bate-bate e montanha-russa.
Eu sou aquela que tira o recheio do biscoito pra lembrar de quando era criança.
Eu sou aquela que acredita no amor mesmo nos dias de hoje.
Eu sou aquela que admira a beleza da natureza.
Eu sou aquela que ora antes de dormir, agradecendo por mais um dia.
Eu sou aquela que ora quando acorda, agradecendo por mais uma noite e pedindo mais um lindo dia.
Eu sou aquela que canta mesmo sem ser afinada.
Eu sou aquela que conta piada sem graça, aquela que ri do que ninguém acha graça.
Eu sou aquela que curte música, ouço de tudo um pouco.
Eu sou aquela que tem fé.
Eu sou aquela que por vezes chamam de louca.
Eu sou aquela que é feliz.
Eu sou aquela que na vida é sempre uma aprendiz.
Eu sou aquela que gosta de flores e bichinhos de pelúcia.
Eu sou aquela que fala com voz de criança quando está apaixonada.
Eu sou aquela que gosta de escrever, aquela que escreve por prazer.
Eu sou aquela que sabe que a vida não é um conto de fadas, mas que sonha em encontrar seu príncipe encantado.
Eu sou aquela que gosta de andar de patins e bicicleta.
Eu sou aquela que gosta de ir ao cinema.
Eu sou aquela que dá valor as coisas simples da vida.
Eu sou aquela que fala pelos cotovelos.
Eu sou aquela que por vezes acredita que o silêncio diz mais do que palavras.
Eu sou aquela que admira a beleza de um olhar.
Eu sou aquela que dá valor à família.
Eu sou aquela que gosta de romantismo, mas sem exageros.
Eu sou aquela que não gosta de confusão, mas não mexe comigo não.
Eu sou aquela que na vida gosta de ter paz e sossego.
Eu sou aquela que se não for pra ser feliz, põe em prática o desapego.

Eu sou a Débora Moura
Dos textos aqui postados, a autora

Débora Moura

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Hoje

Hoje eu quero menos e mais
Hoje eu quero muita paz

Hoje eu quero mais carinho, mais amor
Quero menos desprezo, menos rancor
Mais respeito, menos desigualdade
Menos preconceito, mais liberdade

Hoje quero comer algodão doce e chocolate
Quero fazer uma lambança
Me lembrar de como era bom ser criança

Hoje quero plantar uma árvore
Começar a escrever um livro
Contar um pouco de como eu vivo

Hoje quero menos violência e mais decência
Quero mais compreensão, menos ingratidão
Mais força e dedicação

Hoje quero mais fé e menos descrença
Que possamos respeitar as diferenças

Hoje quero mais sorriso no rosto
Mais esperança no coração
Menos choro tristeza
Mais alegria com certeza

O que mais quero hoje
É que todo querer de hoje
Não seja só por hoje

Débora Moura

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

...com a vida eu tô de bem!

Hoje decidi postar um texto que não é de minha autoria, mas cabe perfeitamente ao que tenho vivido ;)

“Tô me afastando de tudo que me atrasa,
me engana, me segura e me retém.
Tô me aproximando de tudo que me faz completa,
me faz feliz e que me quer bem.
Tô aproveitando tudo de bom que essa nossa vida tem.
Tô me dedicando de verdade pra agradar um outro alguém.
Tô trazendo pra perto de mim quem eu gosto
e quem gosta de mim também.
Ultimamente eu só tô querendo ver o “bom” que todo mundo tem.
Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem?
Supera, suporta, entenda:
isento de problemas eu não conheço ninguém.
Queira viver, viver melhor,
viver sorrindo e até os cem.
Tô feliz,
tô despreocupada,
com a vida eu tô de bem…”

Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

São Paulo

Já estive em São Paulo duas vezes com meu pai. A nossa primeira ida, foi de muita expectativa, pois fomos ao Hospital do Rim e da Hipertensão, sendo assim, imaginamos que lá encontraríamos “os caras” que entenderiam toda a história (que realmente é muito pobre) e “matariam a charada” do porque que tudo isso aconteceu.
Meu pai separou todos os exames que fiz desde que descobrimos o problema. No caminho fomos conversando à respeito do que perguntaríamos. Chegamos até a combinar de que à cada pergunta, se um ou outro lembrasse de mais alguma coisa, erapara complementar o questionamento.
E assim fomos… Muitos papéis na mala, muitos questionamentos na cabeça e expectativas no coração.
Não tivemos dificuldades em localizar o hospital. Aliás, fica aqui registrado o quanto São Paulo é bem sinalizado (pelo menos por onde precisamos passar). Ao chegar, fui capaz de sentir aquele friozinho na barriga e logo me veio ao pensamento “Meu Deus, será que finalmente saberemos o porque que tudo isso aconteceu? Tomara.” Sobre essa expectativa, eu e meu pai não conversamos, mas nem precisava, a gente se entende no silêncio, no olhar.
Nosso primeiro contato, foi com a Assistente Social, uma senhora muito simpática e clara em suas palavras. Porém, quanto mais ela falava, mais os nossos questionamentos aumentavam. Ela nos informou que realizando o transplante em São Paulo, precisaremos morar lá por um período, pois enquanto transplantada precisarei realizar diversos exames para acompanhar a aceitação do novo órgão ao organismo. e aí, começamos a pensar em como moraríamos lá, de que forma conseguiríamos nos manter lá por este tempo necessário. Nos explicou também que meu doador sendo vivo, posso realizar a cirurgia aqui pelo Rio mesmo.
Enfim, fomos chamados pelo médico. bem, nada do que esperávamos aconteceu. O médico quase não nos perguntou nada e não olhou nem 1/3 dos exames. Pra não dizer que ele não olhou nada, ele olhou o dopller, mas o que ele nos disse à respeito não era novidade e também não esclareceu nenhuma de nossas dúvidas. Acho que não chegamos a ficar 10 min na sala. Ao sair, já fomos marcados para exame de compatibilidade e para retorno pós exame.
Saímos dali em silêncio, após alguns metros fora do hospital, nos olhamos e demos um leve sorriso. Ambos com a sensação de que “não adiantou nada”. Depis entendemos. Criamos muitas expctativas, mas não tínhamos parado pra pensar que ali é um hospital para transplante, não para investigar o porque do que aconteceu.
Nosso primeiro contato, em resumo, foi apenas uma triagem pré-cirurgia. Não foi uma viagem perdida, foi mais um passo neste caminho desconhecido. E à cada passo mais próximos da solução chegamos. Vamos de ponta à ponta, tentando todas as possibilidades que nos aparece.
Nossa segunda ida a São Paulo, foi apenas para coleta de sangue meu e do meu pai, para enfim verificarmos a compatibilidade. Comigo, foi bem rápido,e pra quem enfrenta as agulhas da hemodiálise, enfrentar a agulha pra tirar sangue é “pinto”. Já com meu pai, foi mais demorado, não sei, mas a técnica teve dificuldades em acertar a veia do meu pai (as veias dele são bem visíveis), até um pequeno hematoma ela fez nele. Ela precisou da ajuda da técnica que colheu o meu sangue. Somente na terceira agulhada é que conseguiram. Quanto mais eu via as furadas nele, mais eu ficava com o coração na mão. eu via no rosto dele a expressão de dor (e cá pra nós, eu sei o quanto um hematoma é doloroso) e logo me vinha a mente de que ele só estava ali passando por aquilo, por minha causa. E ao mesmo tempo, eu pensava o quanto é bonito o amor de pai e filha, pois eu faria o mesmo por ele sem pensar duas vezes.
No final do mês voltaremos lá para pegar o resultado. E também serei inscrita na fila de doadores mortos.
Fé, força e calma. Aos poucos as coisas vão se acertando.



Débora Moura