terça-feira, 18 de outubro de 2011

O que faltava no blog

Aproveitando a data de hoje (Dia do Médico) resolvi fazer uma postagem que faltava aqui.
Tenho relatado um pouco da minha história na hemodiálise, mas isso só é possível porque alguém há anos atrás, um médico, inventou a máquina de hemodiálise. É difícil se ver dependente dela, mas se ela não tivesse sido inventada, eu e muitas outras pessoas já não estariam aqui.

Willem Johan Kolff (14/02/1911 – 11/02/2009) médico holandês, naturalizado estadunidense, considerado o “pai dos órgãos artificiais”. Inventou a máquina de hemodiálise (rim artificial) em 1941 e tratou o primeiro paciente em 1943. Kolff era um jovem médico em Groningen na Holanda antes da segunda guerra mundial quando viu um jovem de 22 anos morrer de insuficiência renal. Então ele pensou: “se lhe conseguisse remover 20g de uréia diariamente, ele poderia ter sobrevivido”.
Então ele idealizou uma máquina que utilizava cerca de quarenta metros de tubos de membrana de acetato de celulose enrolada num tambor rotatório, o qual mantinha-se mergulhado em uma bacia contendo a solução de diálise. Uma bureta coletava o sangue do paciente (não havia bomba de sangue), e pela ação da gravidade o impulsionava através da membrana dialisadora. O sangue, depois de purificado, retornava ao corpo do paciente. (TUOTO, 2006).
A história registra quinze pacientes tratados pelo rim artificial antes que um deles sobrevivesse. A primeira sobrevivente foi Sophia Schafstadt, atendida em setembro de 1945, em coma. Após a hemodiálise, a paciente recuperou a conciência e viveu por mais sete anos. (TUOTO, 2006).
Em 1950 Kolff emigrou para os Estados Unidos onde iniciou um projeto de pesquisa para o desenvolvimento de um coração artificial. Em 1982, Kolff e sua equipe desenvolveram e implantaram o primeiro coração artificial (o “Jarvik-7″) em um ser humano, o paciente Barney Clark. (TUOTO, 2006).
Em 2002, aos 91 anos, recebeu juntamente com Belding H. Scribner, da Universidade de Washington, o Prêmio Albert Lasker em Pesquisa Médica Clínica pela criação do rim artificial. Scribner e sua equipe desenvolveram um dispositivo em forma de “U” colocado permanentemente no paciente, atuando como uma fístula arteriovenosa, à qual é conectada a tubulação da máquina de diálise. Esse dispositivo propiciou a utilização da hemodiálise em um número cada vez maior de pacientes. (TUOTO, 2006).
Ainda em 2002, Kolff acompanhava os projetos de um pulmão artificial transportado pelo próprio paciente e do olho artificial para pacientes cegos.
Foi indicado ao Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2003, juntamente com William H. Dobelle, um de seus colaboradores, mas o prêmio acabou ficando com Paul Lauterbur (EUA) e Peter Mansfield (Grã-Bretanha) por suas descobertas no campo da ressonância magnética.

Graças a Willem Johan Kolff, eu e milhares de pessoas se mantiveram ou se mantém vivos em todo o mundo com a sua invenção. Obrigado Dr. Willen Johan Kolff pelos anos de trabalhos e estudos prestados a humanidade.
Parabéns à todos os médicos pelo dia de hoje!

Débora Moura.

Um comentário:

  1. Cartilha dos Pacientes Renais - Saúde e Cidadania (Carlos)4 de dezembro de 2011 às 13:05

    Olá Débora,

    Olhei seu blog e achei muito legal! Vamos continuar nessa luta, pois outras pessoas precisam saber sobre o assunto. O meu blog também estará sempre voltado para a causa. Pode contar comigo! Parabéns!

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